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Ceres Moura

  Minha Trajetória na Nutrição

           

 

TEMPO DE APRENDER

  • Ao nascer recebi o nome Ceres, a Deusa da Agricultura na mitologia romana, equivalente à Deméter na mitologia grega, cujo arquétipo simboliza a fecundidade dos campos, a colheita dos cereais,  fartura, abundância, nutrição e vida. Meu pai era professor de agricultura e diretor de Escolas Agrícolas do MEC. Minha mãe era apaixonada pela natureza, exímia jardineira do tipo dedo-verde, o que justifica a escolha do nome”.

 

  • Comecei a experimentar a alquimia dos alimentos ainda criança, fazendo cozinhadinhos em mini-fogões de tijolos no quintal. Aos 14 anos de idade mamãe me entregou a responsabilidade da cozinha familiar e logo me descobri apaixonada pela arte culinária.

  • Dos 17 aos 20 anos morei na Austrália, onde conheci diversas gastronomias internacionais, devido ao grande número de imigrantes, principalmente orientais, pela proximidade da Austrália com a Ásia. Sempre observei com todos os sentidos as preparações que comia. Trabalhei como auxiliar de cozinha num Restaurante Italiano e numa Cantina Chilena.

 

  • Aos 20 anos voltei para o Brasil e fui convidada a ser Chef de Cozinha de um Restaurante Indiano em Brasília. Por influência do Yoga e pelo despertar da consciência espiritual, tornei-me vegetariana. Passei a estudar muito sobre este tema, colocando em prática diariamente na minha vida familiar e compartilhando com muitas pessoas interessadas.

 

  • Aos 34 anos passei no vestibular e aos 39 me formei em Nutrição (1999 / UnB). Fiz disciplinas relevantes para minha visão científica para além da área de Nutrição, disciplinas como:  Citologia e Histologia, Patologia, Microbiologia, Imunologia, Bioquímica, Genética, Anatomia e Fisiologia Humana, Psicologia da Saúde, Sociologia e Antropologia.

 

  • Na UnB também cursei parcialmente uma Especialização em Educação em Saúde, tendo concluído com sucesso as seguintes disciplinas: Saúde e Cultura, Saúde e Sociedade, Bioética, Políticas Públicas em Saúde e Gestão de Sistemas Locais de Saúde.

 

  • Tenho formação complementar em Naturopatia, Nutrição Ayurvedica; Fitoterapia Ayurvedica, Terapias Ayurvédicas, Agente Comunitária em Meio Ambiente; Alimentação Alternativa, Macrobiótica,  Horticultura Orgânica.

 

 

TEMPO DE COMPARTILHAR

 

  • No fluxo da vida tornei-me Professora de Culinária, Chef e Personal Gourmet, já tendo ministrado cerca de 50 Oficinas de Culinária com Fundamentação Vegetariana: Indiana & Ayurvedica, Chinesa, Árabe, Mediterrânea, Afrodisíaca, Fusion, Alimentação Alternativa, Diet & Light, Desmame Saudável, Dietas de Desintoxicação, Ceia de Natal Natural e diversos outros temas no DF, GO, TO, MG, SP, SC, BA, PB e CE.

 

  • Em Brasília prestei consultoria nos seguintes estabelecimentos:

  • Restaurante Sabor Vital

  • Restaurante Amor à Natureza

  • Entreposto Natureza & Cia

  • Restaurante Sala da Salada

  • Restaurante Pamonhas & Batatas

  • Restaurante Natural Green's

  • Restaurante Green Life

  • Fui Chef de Cozinha do Restaurante Indiano Taj Mahal - Brasília - 1980

  • Proprietária do Restaurante Vegetariano Raios de Sol - Montes Claros - MG - 1984 e 1985

  • Proprietária

 

 

  • Fui Coordenadora do Núcleo de Nutrição, Saúde e Meio Ambiente da CANESPE, entidade beneficente localizada em Brazlândia – DF (2002 e 2005). Dentre outras funções elaborei e implantei os cardápios balanceados do lactário, da creche e do Centro de Apoio Assistencial para jovens em situação vulnerável, além de supervisionar a fabricação de multimistura e dos produtos de panificação enriquecidos com a multimistura.

 

  • Também na Canespe, desenvolvi um projeto de horta orgânica para abastecimento da Instituição que deu origem ao Projeto Vida e Sustentabilidade para Comunidades de Baixa Renda, que reúne ações sociais e ecológicas, nutrição, educação, saúde e qualidade de vida.

 

Conheça o projeto na íntegra clicando aqui →

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Vegetarianismo:

As bases para a sustentabilidade do novo tempo.

 

por Ceres Moura

 

"Só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder..."

 

Remetendo-nos ao tempo dos nossos antepassados e reativando nossa memória ancestral, lembramo-nos que numa época não tão distante, a alimentação humana era formada por componentes minimamente alterados: hortaliças, raízes e frutas plantadas organicamente no fundo do quintal, cereais cultivados nos campos arados, castanhas e sementes colhidas no mato, leite tirado ao pé da vaca, da cabra ou outros mamíferos domesticados desde a antiguidade. Muitos povos espalhados em diferentes regiões do planeta eram por costume, vegetarianos, e muitos outros consumiam ovos e animais biologicamente criados ou de caça.

 

Em geral, a humanidade vivia bem próxima à natureza, bebia água cristalina da fonte, respirava ar puro, trabalhava num ritmo desacelerado e tratava seus eventuais desequilíbrios psicofísicos com medicina natural: cataplasmas, ungüentos, chás e banhos, preparados a partir de ervas, óleos, argila e uma infinidade de elementos que a sábia Mãe Terra nos oferece até os dias atuais.

 

Com o advento da era industrial essa paisagem modificou-se drasticamente. Massas das populações campestres moveram-se em direção aos centros urbanos em busca de trabalho operário e comodidades modernas. A vida mecanizou-se por completo. Os ritmos cíclicos foram sendo abandonados e esquecidos. Aos poucos nossa ligação com as tradições ancestrais foram sendo perdidas.

 

Devido à ganância desenfreada adotada pela civilização materialista e gerada pela crença distorcida de que "tempo é dinheiro", num curto espaço de tempo passamos a incorporar em nossa dieta diária alimentos contaminados por agrotóxicos tais como adubos químicos, herbicida, pesticida e uma infinidade de produtos industrializados repletos de corantes, conservantes, estabilizantes, flavorizantes e outras tantas substâncias maléficas à saúde.

 

Os animais passaram de livres a confinados, escravizados e bombeados com hormônios para o rápido crescimento, unicamente para satisfazer a fome de prazer alucinada daqueles que podem pagar pelo seu consumo. E, para driblar as doenças surgidas a partir dessa forma tão monstruosa de tratar seres inocentes, nasceu a onda dos antibióticos administrados sem critérios.

 

No aspecto ecológico vimos nossas matas, campos e cerrados serem devastados impiedosamente, através de derrubadas, queimadas, poluição dos solos, dos lençóis freáticos e das fontes de água antes puras. Vimos os centros urbanos ultrapassando sua capacidade de acomodação balanceada, inchando, explodindo em favelas, em zonas sem saneamento básico, gerando o aumento de doenças, o uso de drogas, a criminalidade. Assistimos passivamente nossos irmãos vivendo em condição subumana.

 

Nas classes privilegiadas, o surgimento de inúmeras novas enfermidades de "etimologia desconhecida". A pesquisa científica investindo bilhões de dólares para a descoberta de milagrosos novos medicamentos, que a população geral consome indiscriminadamente, gerando mais desequilíbrios e infelicidade sem limites.

 

Mas a esperança existe! A solução está bem diante de nós. É chegada a hora de abrir os olhos, despertar desse sono de ilusão e destruição planetária. Adotar uma vida simples, com ênfase na espiritualidade real. Adotar o lema "tempo é arte", arte no sorrir e amar infinitamente todos os seres do planeta, sem matança de animais, preservar a Mãe Natureza, arte no cultivar e colher, arte na culinária natural, arte no trabalhar sem estresse, na magia da onda encantada do sincronário das 13 luas de 28 dias, em harmonia com o pulsar da Terra, em sincronia com o Ritmo Universal.

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Obesidade:

Causas e Recursos pelo Ayurveda e Yoga Terapia

 

 

Entrevista com Ceres Moura: nutricionista, professora de yoga, terapeuta ayurvedica integrativa

1) O QUE É OBESIDADE?

Obesidade é um desequilíbrio orgânico caracterizado pelo acúmulo de gordura e conseqüente aumento de peso, que predispõe o organismo a uma série de enfermidades cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2, osteoartrite, hepatite e alguns tipos de câncer, levando a uma menor expectativa de vida.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a obesidade um dos dez principais problemas de saúde pública mundial. É uma epidemia que afeta 300 milhões de pessoas no mundo, sendo 17 milhões só no Brasil. Um terço do total encontra-se nos países em desenvolvimento, fenômeno denominado Transição Nutricional, que ocorre em decorrência dessas populações passarem, em pouco tempo, de um estado de desnutrição a um estado de obesidade. Pesquisas indicam que o consumo de calorias quase quadruplicou nos últimos 25 anos, nos países de maior índice de desenvolvimento sócio-econômico.

2) QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS DA OBESIDADE?

É um desequilíbrio multifatorial, cujas principais causas são:

  1. Excesso de alimentação que corre quando a ingestão é maior do que o gasto energético, causando acúmulo.

  2. Erro alimentar, devido a dietas de alto teor calórico, principalmente na forma de carboidratos e lipídios. O baixo teor de fibras também é um agravante que provoca retenção dos resíduos, levando à constipação crônica, hemorróidas, edema.

  3. Desequilíbrio hormonal, como aquele que ocorre no hipotireoidismo. Nesse caso, a glândula tereóide, responsável pela regulação do metabolismo orgânico, está hipo-ativa, deixando o metabolismo lento e, consequentemente, queimando menos calorias.

  4. Sedentarismo, causado pela pouca ou nenhuma atividade física e não-raro, muitas horas de sono.

  5. Problemas emocionais como ansiedade, depressão, baixa auto-estima, perdas afetivas, insegurança, compulsão obsessiva. Tais estados de desequilíbrio levam a um consumo automático de carboidratos, principalmente na forma de açúcares simples, que produzem sensação temporária de acalmar, gerando um ciclo vicioso.

  6. Pré-disposição genética. Pesquisas apontam que filhos de pais obesos têm maior propensão a desenvolver obesidade, principalmente quando essa genética interage com fatores ambientais. É bom lembrar que não podemos mudar nossos genes, mas podemos mudar nossos hábitos.

  7. Uso prolongado de alguns remédios esteróides, antidepressivos, anticoncepcionais e vitaminas.

 

3) PORQUE A OBESIDADE É TÃO COMUM HOJE? COMO O ESTILO DE VIDA ATUAL PODE SER UM AGRAVANTE?

Desde a explosão da era industrial vem ocorrendo em todo o mundo o fenômeno do êxodo rural. As massas se concentram nos centros urbanos mudando radicalmente o estilo de vida. Populações antes dedicadas às atividades braçais se dedicam hoje às atividades burocráticas. Antes adeptas dos hábitos alimentares naturais se voltam hoje ao industrializado.

A vida moderna tem um ritmo acelerado, o que deixa as pessoas com pouco tempo para exercitar-se e alimentar-se corretamente. O sedentarismo impera em grande parte das ocupações profissionais urbanas, mantendo as pessoas horas sentadas em frente ao computador, num ambiente com luz artificial, ar condicionado, locomoção via esteiras rolantes, elevadores e carros. O sistema de “fast food” também é uma triste realidade mundial que estimula o alto consumo de carboidratos e lipídios, na forma de carnes gordurosas, hamburgers, lingüiças, frituras, excesso de ovos e laticínios, refrigerantes, cervejas e outras bebidas alcoólicas, doces, sorvetes e chocolates.

As carnes vermelhas e os frangos têm o agravante de serem originadas de animais criados confinados, alimentados com ração, crescidos com bombas de hormônios e antibióticos. Os peixes não são melhores, considerando que os rios e mares encontram-se terrivelmente poluídos.

O elevado consumo de alimentos industrializados contendo corantes, acidulantes, anti-umectantes, anti-oxidantes, conservantes, espessantes, gorduras hidrogenadas, excesso de sal, açúcar e farinhas refinadas, também contribui para a prevalência da obesidade.

Nas grandes cidades as pessoas têm pouca ou nenhuma conexão com a natureza, o que gera respiração deficiente, mente hiperativa e estresse constante. Quando chegam em casa, vindo do trabalho, correm para a internet ou ligam a televisão, se anestesiando ainda mais.

4) QUAL A VISÃO DA NATUROPATIA E DO AYURVEDA SOBRE CAUSAS E TRATAMENTOS DA OBESIDADE?

Para a naturopatia e o ayurveda o acúmulo de toxinas no organismo causa a grande maioria das enfermidades. As toxinas (ama) vêm de diversas fontes: alimentação errada, aditivos, agrotóxicos, água contaminada, metais pesados, ar poluído, cigarros, álcool e drogas.

Na visão do Ayurveda existem 3 doshas (tipos constitucionais): vata, pitta e kapha. Cada um deles tem características físicas e psíquicas específicas e dentre eles o que tem mais tendência para engordar é o kapha. No entanto, os outros doshas também podem gerar sobrepeso quando em desequilíbrio. Vejamos:

Pitta tem apetite forte, com atração acentuada por doces e carnes, podendo se exceder na quantidade. Ganha peso em músculos mais facilmente e tem tendência a inflamações.

Vata tem sistema nervoso agitado, sofrendo de ansiedade e crises de insegurança. Seu apetite é irregular e o peso flutuante. Pode comer muito açúcar que produz sensação de calma e segurança.

Kapha tem metabolismo lento, apetite contínuo, compulsão alimentar, tendência a desequilíbrios hormonais, retenção de líquido e gordura, fraqueza nos rins e pâncreas, pulso fraco e baixa energia, o que justifica claramente seu ganho de peso fácil.

A medicina convencional alopática comumente prescreve drogas químicas para redução de peso, mas essas são contra-indicadas na medicina natural, devido aos efeitos colaterais adversos sobre sistema nervoso e sistema digestório. As drogas diminuem o fogo digestivo (agni) e prejudicam a absorção de nutrientes. Além disso, o efeito é temporário: quando suspenso o medicamento, o peso aumenta novamente.

O tratamento natural preconizado é do médio ao longo prazo. Diminuir ama é a primeira meta! Para tal, são aplicadas diversas terapias de desintoxicação:

  1. Dietas de redução calórica não-drásticas, visando adesão ao tratamento e evitando perda súbita de peso, que pode ser prejudicial à saúde. No entanto, em alguns casos o jejum deve ser recomendado.

  2. Incluir muitas frutas e vegetais, principalmente crus e cozidos no vapor. Consumo de grãos integrais, germinados, castanhas e sementes em pequenas quantidades. Todos esses alimentos são ricos em minerais, vitaminas e fibras, além de conterem ácidos graxos essenciais de excelente qualidade e proteína. Chás diuréticos e sucos frescos para estimular os rins. Alimentos amargos que atuam sobre o fígado, reduzindo a gordura. Evitar farináceos, principalmente os refinados e se possível, evitar ao máximo os produtos à base de farinha de trigo, ricos em glúten e fermento.

  3. Reduzir laticínios, preferindo pequenas quantidades de iogurte natural e ghi medicado.

  4. Uso de especiarias picantes que melhoram a digestão, aceleraram o metabolismo e aumentam o agni (pimentas, gengibre, açafrão da terra). Ervas laxativas e tônicas. Ervas para acalmar a mente (brahmi). Ervas para limpar e desintoxicar o corpo.

  5. Pancha Karma, que consiste num programa de terapias avançadas do ayurveda, específicas para purificação e recuperação geral do organismo. Dentre essas estão: vomição, enema, sudação, oleação, massagens e outras que merecem um artigo à parte.

4) QUAIS AS FORMAS DE PREVENÇÃO?

Contato com a natureza, boa respiração, nutrição saudável e exercício físico regular. Entre as atividades aeróbicas podemos recomendar danças, caminhadas, natação, ciclismo, esportes e musculação. Entre as atividades orientais, mais meditativas, recomendamos taichi, artes marciais e yoga.

5) COMO AS TÉCNICAS DO YOGA PODEM AUXILIAR NO TRATAMENTO?

O Yoga é uma prática holística milenar repleta de benefícios terapêuticos. É uma filosofia de vida irmã do Ayurveda que preconiza hábitos saudáveis para o corpo, a mente e o espírito. Dentre seus maravilhosos recursos, os exercícios respiratórios estão entre os principais para favorecer o bem-estar e o equilíbrio. Os pránáyámas atuam na captação, armazenamento e distribuição consciente de oxigênio e bioenergia (prána). É através do controle da respiração que conseguimos alterar estados emocionais, diminuindo a ansiedade e combatendo o estresse.

 

O Yoga oferece um leque de opções, mas podemos citar como exemplo alguns pránáyámas específicos como shtalí e sitkaríque atuam sobre o hipotálamo, regulando a sensação de fome e proporcionando serenidade; rájas e bhástrika que aumentam a vitalidade, minimizando sentimentos de depressão e melhorando a auto-estima.

 

As posições psicofísicas do yoga (ásanas) desenvolvem a força muscular, a flexibilidade, o vigor, a concentração, a conciência corporal e o equilíbrio. Quando executadas de maneira mais intensa, proporcionam maior gasto energético. Para os de constituição kapha, comumente mais gordinhos, recomenda-se executar os ásanas com mais repetições e menor tempo de permanência.

 

Os bandhas (compressões musculares) são excelentes coadjuvantes, pelo efeito específico sobre o sistema nervoso e glandular, equilibrando a produção hormonal. O uddiyana bandha e o nauli kriya são técnicas que massageiam os órgãos do aparelho digestório, tonificando baço, pâncreas, fígado, estômago e intestinos. O jihva bandha atua sobre as glândulas salivares, a hipófise e a pineal, chamadas glândulas mestras, por regularem todas as funções corporais e psíquicas. Já o jalandhara bandha equilibra as funções da tireóide, responsável pelo metabolismo e paratireóides, responsáveis pela captação de cálcio no organismo. Quando executados juntamente com ásanas, mudrás e pránáyámas específicos formam um feixe de técnicas que potencializam todos os benefícios.

 

Por fim, podemos ressaltar os fantásticos efeitos proporcionados pelas inúmeras técnicas de relaxamento, mentalização e meditação. O relaxamento consciente é um meio eficaz de combate à tensão e padrões psicológicos nocivos. Descontrai todo o corpo, desacelera o biorritmo e sereniza a mente.

As técnicas de mentalização são aplicadas para desenvolver, unificar e direcionar a força do pensamento. O sankalpa é uma resolução interna que se faz com correta intenção para cumprir um objetivo específico. Consiste em concentrar a energia da mente criando ao nível dos pensamentos aquilo que se almeja alcançar, tanto no plano da matéria, como em níveis mais sutis. Assim, o sankalpa penetra no subconsciente, despertando e potencializando as qualidades positivas naturais que a pessoa já dispõe, mas que freqüentemente mantêm adormecidas por falta de reconhecê-las.

 

A meditação é a desaceleração das ondas mentais. Consiste em deter as turbulências da mente e criar um estado interior no qual nos tornamos conscientes de nossos pensamentos e emoções, gerando um estado de perfeita lucidez, total alerta, plena atenção e equanimidade, eliminando antigos condicionamentos e proporcionando um desenvolvimento pleno na profundeza do ser.

                                             

Uma visão Natural sobre a Menopausa

por Ceres Moura

A menopausa é definida pela Organização Mundial da Saúde como a fase em que a mulher deixa de ovular definitivamente, incluindo o período de perimenopausa, também chamado climatério, que varia de dois a oito anos antes da última menstruação, até aproximadamente dois anos após.  Esse período vai geralmente dos 45 aos 55, podendo chegar até aos 60 anos e envolve todo um processo de transformações físicas, emocionais e psíquicas, à medida que o hormônio feminino estrogênio vai diminuindo.

Na sociedade moderna a menopausa é frequentemente tratada como uma doença, assim como a gestação e o parto, recebendo intervenções médicas muitas vezes radicais e desnecessárias. A menopausa é, de fato, um acontecimento natural na vida de todas as mulheres de todos os tempos, cujos sintomas são variáveis, transitórios e resolvidos na maioria das vezes com tratamentos naturais tais como homeopatia e fitoterapia, dentre outros que abordaremos adiante.

 

Sintomas mais comuns:

  • Aumento da gordura corporal

  • Diminuição do tônus muscular

  • Diminuição da absorção e captação do cálcio pelos ossos, levando à osteoporose

  • Aumento nas taxas de colesterol e triglicérides no sangue, surgindo riscos para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares

  • Dores nas articulações

  • Ondas de calor seguidas de frio, os famosos fogachos

  • Enxaqueca

  • Taquicardia

  • Depressão, nervosismo, ansiedade e oscilação do humor

  • Perda da libido e fadiga

  • Dificuldade de concentração

  • Esquecimento e perda da memória imediata

  • Secura na pele e vagina

  • Diminuição do colágeno, causando enfraquecimento da pele, dos cabelos e das unhas

 

Na visão da medicina ayurvédica a maioria desses sintomas é vista como um agravamento normal do dosha vata (formado pelos elementos ar e éter – tendo como características principais o frio, a secura, ansiedade, depressão), que ocorre nesse estágio da vida.  No entanto, alguns sintomas também se manifestam pelo pitta  exaltado (fogo e água – tendo como principais características o calor, o rubor, a acidez, irritabilidade, impaciência) e pelo desequilíbrio de kapha (terra e água - acúmulo de gordura, metabolismo lento, retenção de líquidos, letargia).

 

Metabolismo na Maturescência

 

A partir dos 40 anos o metabolismo fica mais lento e as necessidades calóricas diminuem em média 2% ao ano. Assim, um excesso diário de 200 calorias pode significar o aumento de 10 Kg no peso corporal ao final de um ano. A redução de 500 calorias no consumo diário pode reduzir cerca de 500 gramas de peso por semana.  

       

No período da menopausa a mudança nos níveis hormonais leva às alterações no formato do corpo. A tendência nessa fase da vida é ganhar volume no abdome e perder no quadril e coxas. A proporção entre gordura corporal e massa muscular ou magra também se modifica, mesmo em pessoas que mantiveram o mesmo peso ao longo da vida. Enquanto uma jovem de 25 anos com 54 quilos, por exemplo, tem 27% de gordura na composição de seu peso, a mulher de 50 anos e mesmo peso terá 40% de gordura corporal. Portanto, é preciso ter cuidados especiais para não acumular tecido adiposo e perder o tônus muscular.

Certamente o estilo de vida e hábitos alimentares estão relacionados a essas alterações. Pessoas que levam vida sedentária e comem mais do que gastam de energia podem sentir tais mudanças bem antes da menopausa. Para eliminar peso, além de comer menos precisam queimar calorias por meio da atividade física regular. Musculação e exercícios aeróbicos são capazes de reverter essa tendência, além de promover o condicionamento físico e estimular o processo de reconstituição óssea, importante para evitar a osteoporose.

 

 

Tratamentos Ayurvédicos e Naturopáticos

 

No Ayurveda denominamos dinachárya a rotina diária para a boa saúde e o bem-estar. Nesse contexto podemos incluir:

  1. Exercícios aeróbicos como caminhada, corrida, natação, ciclismo e musculação.

  2. Exercícios orgânicos como yoga, tai chi, alongamento, pilates e danças.

  3. Dieta saudável, complementos nutricionais, ghi

  4. Fitoterapia, aromaterapia, massagens com óleos medicados.

  5. Acupuntura e aplicação sobre pontos marmas

  6. Contato com a natureza: tomar sol nos horários apropriados, mexer com a terra, tomar banho de água pura, respirar ar puro.

 

 

Fitoterapia

Principais ervas para rejuvenescimento e fortalecimento do sistema reprodutor, com efeito tônico e afrodisíaco, aumentam ojas: shatavari (Arpasgus racemosus), ashwagandha, chyavan prash, kapikachhu, gugulla, amalaki, açafrão, babosa (Aloe vera), funcho e hibisco.

 

 

Aromaterapia

Inalação ou aplicação de alguns óleos essenciais úteis nessa fase: gerânio, sálvia, ylang ylang, cipreste, hortelã pimenta, erva doce, manjerona, laranjeira e toranja . Devem ser preparados em base de óleos neutros (carreadores) tais como: semente de uva, germe de trigo, girassol, gergelim ou côco, dependendo do dosha.

 

 

Yogaterapia

 

  1. Mudrás: gestos com as mãos, são simbólicos, magnéticos e reflexológicos. Direcionam a bioenergia dentro do nosso circuito sutil.

  2. Mantras: entoação de sons e ultrassons; cânticos sagrados de louvor às divindades; vibtrações sonoras; bíjás (sons sementes). 

  3. Pránáyámas Refrescantes e Sedantes: Shitali, Sitkari, Sedanta e Kaki.

  4. Pránáyámas Vitalizantes: Ujjayi, Bhástrika, Nadi Shodhana, Chaturanga, Respiração Completa, Pránáyámas do Riso.

  5. Bandhas: compressão de plexos nervosos e gLândulas, atuam sobre o sistema nervoso e hormonal.

  6. Ásanas: posições físicas e psicofísicas para equilíbrio, abertura pélvica e torácica, tônus muscular

  7. Yoganidrá (relaxamento):

  8. Visualizações e Meditação:

 

 

Rasayana 

O rasayana é usado para restituir a virilidade e a vitalidade ao sistema reprodutor. A tonificação aumenta as possibilidades do corpo de funcionar melhor e aumenta os rendimentos sexuais. Além disso, o rasayana promove a longevidade, ameniza os processos de envelhecimento do relógio biológico e estaciona a produção de radicais livres.

O Ayurveda usa três tipos de rasayana como tratamentos de rejuvenescimento para recuperar o equilíbrio dos tecidos celulares e dos órgãos: ervas especiais preparadas em comprimidos, pó, pomadas e tabletes; preparações minerais específicas para cada pessoa e para cada dosha; exercícios específicos de yoga: posições (ásanas) e respiratórios (pránáyámas).

 

Nutrição Saudável

Alimentar-se de maneira equilibrada, reduzindo a ingestão de calorias com refeições leves, pobres em gordura e açúcar, ricas em fibra, vitaminas, sais minerais e anti-radicais livres. Alimentos orgânicos, muita água, sucos vitalizantes, chás... Frutas secas, castanhas e sementes, ricas em selênio, magnésio, fósforo, potássio e boro. Frutas frescas à vontade, principalmente as mais refrescantes e desintoxicantes.

  1. Como a alimentação pode amenizar essas mudanças?

  2. Como a alimentação pode agravar essas mudanças?

  3. Como deve ser a alimentação na maturescência?

  4. Como a alimentação pode amenizar os efeitos da menopausa?

  5. Alguma receita?

 

 

Terapia de Reposição Hormonal

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) apresenta várias opções de medicamentos via oral, injetáveis, cremes de aplicação cutânea, implantes subcutâneos, cremes vaginais, adesivos e outros. Conhecidos são os riscos dessa terapia artificial, aumentando a probabilidade de eventos trombo-embólicos, câncer de mama e de útero, embora alguns estudos afirmem que tais riscos são compensados pelos benefícios, ao diminuir as ondas de calor, auxiliar na redução dos níveis de colesterol e evitar a osteosporose. Os riscos, as vantagens e as opções de tratamento devem ser discutidos, particularmente, por cada paciente e seu médico de confiança. O tratamento que se aplica a uma mulher pode não ser adequado à outra. Daí a importância de esclarecer todas as dúvidas com o médico especialista.

No entanto, a reposição hormonal com produtos fitoterápicos está tornando-se cada vez mais comum. Os fitoestrogênios das isoflavonas da soja compõem, sem dúvida, a categoria mais estudada e melhor conhecida até agora, mas existem mais de 20 compostos com propriedades hormonais interessantes para melhorar o bem estar da mulher em fase de transição. Entre eles destacam-se a progesterona natural, extraída do inhame mexicano, wild yam (Dioscorea villosa), o trevo vermelho, red clover (Trifolium pratense), a árvore da castidade ou chasteberry (Vitex agnus castus), a actéia ou black cohosh (Cimicifuga racemosa), o dong quai (Angélica sinensis), o licorice ou alcaçuz (Glycyrrhiza glabra), a semente da linhaça (Linnun usitatissimum) e Serenoa repens (Saw Palmetto).

 

 

Homeopatia

A homeopatia é um tratamento seguro e natural antes, durante e depois da menopausa. Para o homeopata, a menopausa é apenas um importante estágio no amadurecimento da mulher, um momento de aprendizado e transformação.

O remédio homeopático Folliculinum é uma das melhores opções e trás benefícios gerais para a mulher nesse período. A substância é feita a partir de folículos de ovários, rica no hormônio estrona. Age estimulando a produção de estrogênios endógenos naturais, pelos ovários e glândulas supra-renais, além de atuar no metabolismo destes hormônios pelo fígado e rins.

A sépia e o sulphur são apenas dois dos muitos remédios que podem ser indicados para as ondas de calor e os suores noturnos. Há uma vasta gama de escolha de remédios para memória, depressão, insônia, ansiedade, irritabilidade, dores de cabeça e confusão - na verdade, a lista é quase interminável. Um homeopata experiente poderá ajudá-la a decidir qual o remédio mais indicado e adequado às suas necessidades.

 

Considerações Fundamentais

 

  1. Exercitar o resgate do poder pessoal e feminino.

  2. Se conscientizar e se firmar no seu propósito de vida a fim de realizar o seu dharma.

  3. Criar intenção positiva, mantendo a mente lúcida e livre de estresse.

  4. Desenvolver a criatividade infinita, para desfrutar de um constante estado de renovação e prazer.

  5. Cultivar o vigor físico para apoiar o seu desenvolvimento espiritual enquanto a idade avança.                                                                                                                         

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